terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

fragmentos


Na semana passada, acompanhei uma tarde de gravações do ciclo "A Canção da Terra", de Mahler, na versão para orquestra de câmara preparada por Schoenberg. O disco, selo Algol, deve chegar às lojas até julho – a regência é de Carlos Moreno, com solos de Fernando Portari e Rodrigo Esteves e um grupo de 15 músicos escalados especialmente para o projeto. Fiquei impressionado com a qualidade do arranjo – a música soa clara, transparente, fazendo de cada músico um solista e, ao mesmo tempo, a sonoridade é ampla, não deixando nada a dever ao original. Mas, enfim, o post não era para isso – em breve, falo mais da gravação aqui no Caderno 2/Cultura. O fato é que, por conta da matéria, fui reouvir as gravações do ciclo, Bruno Walter, Klemperer, Boulez. Há coisa muito boa, mas me pegou de surpresa a nova audição da gravação Bernstein com King e Fischer-Dieskau. Na segunda canção, "O Homem Solitário no Outono", há uma pequena passagem, segundos apenas, com as palavras “man meint” – o jeito que o Dieskau faz aquilo.... é incrível como a beleza se esconde em pequenos fragmentos – e não precisamos de mais nada. Em tempo: o desenho acima é de Baptistão, grande caricaturista aqui do jornal.

2 comentários:

Fernando Vasconcelos disse...

Pois, Dieskau é realmente de outro mundo. Excelente post.

Cristina Lima disse...

Esse eu vou esperar no gargarejo !