domingo, 22 de abril de 2007

glass aos 70


O britânico "The Guardian" traz uma entrevista com o compositor norte-americano Phillip Glass, que completa 70 anos em 2007. O áudio da conversa entre ele e o jornalista Andre Clements é ilustrado por imagens da produção da ópera Satyagraha, em cartaz em Londres. No blog de Clements, você encontra também comentários do jornalista sobre os bastidores da entrevista e algumas de suas impressões sobre a música de Glass.

5 comentários:

Unknown disse...

Ouvindo a música de Philip Glass, tive freqüentemente a sensação de que ela funciona bem como trilha sonora -- e, por isso, tendo a achar que uma de suas partituras mais bem-sucedidas é a composta para "Koyanisqatsi". Tenho uma certa dificuldade em acompanhar a música abstrata de Glass: o "Concerto para violino", por exemplo. Minutos depois de iniciada, dou-me conta de que minha atenção está à deriva. Até mesmo as óperas -- "Satyagraha", "Akhenaton" ou "The Voyage" -- são uma experiência penosa quando ouvidas apenas, em gravação, sem as imagens do espetáculo (as encenações opulentas que se costuma fazer de suas óperas ajudam muito). Das óperas de Glass, a que melhor impressão me causou foi "La Belle et la Bête", talvez justamente pelo fato de ele ter condicionado a sua música ao ritmo dos diálogos do filme de Jean Cocteau, o que a torna mais ágil e levemente menos repetitiva.
Na verdade, comparada às óperas de Ph. Glass, "The Death of Klinghofer", de Johan Adams, tem um encadeamento dramático e uma variedade de tom, dentro dos parâmetros restritos do minimalismo, que a torna mais interessante, para mim pelo menos. De uma maneira geral, aliás, acho Adams um compositor mais estimulante do que Glass. Essa -- de que maneira reagem ao minimalismo em geral, e à música de Glass em especial -- é uma pergunta que eu gostaria de propor aos freqüentadores deste blog. Fico curioso em saber como eles se colocam a respeito dela...

Anônimo disse...

Glass e Adams frequentam a minha discoteca mais pela necessidade da informação do que pelo prazer. Como o Lauro, acho que a música do Glass depende muito da motivação visual, dele - como compositor - e dos ouvintes. A única ópera dele que enfrentei seriamente, Akhenaton, me parece interessantíssima nas notas do libreto, mas dificilmente passo da 1a metade do 1o CD; a repetição das células musicais e a alteração mínima de andamento e as modulações muito demoradas me dão a sensação de "tempo parado" que talvez seja o efeito desejado por ele em se tratando de um tema de profundo significado religioso, com mais de 3000 mil anos de separação entre o acontecido e nossa época.

Nunca tentei ouvir A morte de Klinghofer sem o suporte daquele filme, editado pela Decca. Quando o vejo, me esqueço da música e me concentro nas imagens... Portanto, no meu caso, Glass e Adams produzem o mesmo efeito: a música, depois de alguns compassos, me cansa completamente.

Unknown disse...

Ou seja, Renato, o Philip Glass é um daqueles compositores nos quais a bula é muito mais interessante do que o remédio.

Anônimo disse...

Vocês pensam que sabem tudo não é mesmo? Cresçam e apareçam. Cheguem a 1/100 do que Glass chegou... críticos ora bolas, tão fácil criticar rs. FAÇAM!!!

Anônimo disse...

A musica de Glass precisa de uma escuta direcionada, exige uma limpeza nos ouvidos de todos os moldes existentes na linguagem musical. Ele inventou a dele.
Opniões "conservadoras" são interessantes.
Quanto a visualidade, é completamente desnecessaria, necessario é abstrair-se no gesto sonoro.