sábado, 2 de junho de 2007

corrida maluca

Estou no Rio desde o final da tarde de ontem para fazer a cobertura para o jornal da Folle Journée, festival dedicado à música clássica. Já falei dele aqui no blog, mas, para lembrar, são 39 concertos em três dias, orquestras, recitais solo, música de câmara, espalhados por oito palcos da cidade. A idéia é oferecer concertos curtos, no máximo uma hora de duração, com grandes artistas e a preços baixos - o ingresso mais caro custa R$ 5. Não dá para ver tudo. Mas a correria não diminui por causa disso. Ontem, a grande atração foi Nelson Freire, que tocou o concerto de Grieg com a Sinfônica Nacional de Lígia Amadio. Teatro Municipal lotado e o Nelson de sempre, tocando como se fosse dono da música. No final, Lígia se recusou a vir para a frente do palco, deixando a aclamação toda para o solista. Não devia. É muito bom o trabalho que ela vem desenvolvendo com a orquestra, que fez um belo "Choros nº10" do Villa no mesmo programa e, hoje, surpreendeu no "Concerto nº 2" de Rachmaninoff (solos de Boris Berezovsky). Também hoje ouvi pela primeira vez o Quarteto Ébène, composto de jovens músicos franceses - os caras são muito bons, tocaram o Quarteto nº 3 de Bartok e, ao lado de Regis Pasquier (viola) e Henri Demarquette (violoncelo), um Sexteto Op. 70 de Tchaikovski muito bonito. Ah, ia esquecendo: entre os concertos que vi ontem, é preciso destacar o recital do pianista Eduardo Monteiro, com leituras geniais de obras de Mignone, Leopoldo Miguez, Lorenzo-Fernandes e Villa-Lobos. Bom, estou na correria. Escapei de um recital chatíssimo do pianista isralenese Ido Bar-Shaï só para olhar os e-mails e mandar notícias. Agora, de volta à programação - se tudo der certo, pretendo ver ainda hoje a pianista Sylvia Thereza (recomendação do Nelson) com o violinista Daniel Guedes (Dvorak, Villa-Lobos e Ravel) no Auditório Guiomar Novaes; o pianista russo revelação Andrei Korobeinikov (autores russos, Sala Cecília Meirelles); o violinista italiano Domenico Nordio com a Petrobras Sinfônica no Mosteiro de São Bento; o trio formado por Dmitri Makhtin (violino), Alexander Kniasev (violoncelo) e Boris Berezovsky (piano) no Municipal; e, para terminar, Kurt Masur com a Sinfônica Brasileira na Praia de Copacabana (que não tem nada a ver com a Folle Journée). Para mais informações sobre a programação, clique aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu vi a matéria e queria muito ir ao rj para aproveitar um pouco festival. eu gosto muito da ligia amadio. mas adoro o nelson freire também. gdes artistas são assim, não se sentem ofuscados com o brilho de um gênio como o nelson freire e não disputam os aplausos. bravo ligia! sentimos sua falta no lançamento do lauro, mas sua ausência está explicada. beijos, pedrita