quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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A idéia é essa mesma: um espaço para falar de música clássica, ópera, seus intérpretes, criadores, críticos, trocando experiências, idéias, sem se esquecer, claro, da literatura, do cinema, do teatro...
7 comentários:
eu acho bacana, o problema é como ela é executada. lembro que a minha aula de música era decorar as letras e cantar hinos. beijos, pedrita
é.... é uma boa notícia evidentemente e temos de nos regozijar com ela; porém, nós que trabalhamos com educação diretamente e temos alguma experiência no ramo, vivemos o dia-a-dia das escolas, temos motivo para nos lamentar: educação não é colcha de retalhos e nem é depósito das incapacidades da sociedade brasileira.
Educação é algo orgânico que tem de ser pensado organicamente e não legislado atabalhoadamente; vem um senador ou deputado, pimba!, resolve propor um projeto de lei e inclui na educação nacional um novo conteúdo - de cima para baixo - sem pé nem cabeça.
Não que a educação musical seja sem pé nem cabeça.... mas a escola brasileira ( e de resto a escola no mundo) tem uma capabilidade limitada a 5 horas dia e 200 dias letivos para fazer um trabalho hercúleo pois hoje ninguém, fora da escola, faz nada, nem a família.
Para incluir a educação musical, sem mudar radicalmente os parâmetros da escola brasileira, algo tem de sair do plano curricular: matemática, português, ciências, história e geografia ? o quê retirar? E como ficará a educação nacional que é um fracasso em todos os sentidos na perspectiva mundial ( basta analisar os resultados do PISA, fartamente divulgados pela mídia) ?
Sei não, mas este projeto me parece à primeira vista também muito elitista: será que a escola pública terá condições verdadeiras de investir em professores, instrumentos, condições físicas para incluir educação musical em seu currículo ou, mais uma vez, caberá à escola privada - que atende menos de 10% da demanda nacional - levar à frente esta bandeira?
Pobre educação nacional, sem projeto, sem rumo, sem perspectiva, sujeita aos raios e às tempestades vindos da tecnoburocracia de Brasília que deveria estar pensando mais seriamente em outras demandas
da sociedade brasileira .....
Dentro da mesma linha, por que não incluir na educação nacional, obrigatoriamente, culinária (na França é obrigatório), xadrez (a China é), marcenaria (no Canadá é), voltar com Tabalhos Manuais, Latim,Grego,Jardinagem, Caligrafia ....
Gostaria imenso de ver todas as nossas crianças aprendendo música e educando o seu espírito e a sua sensibilidade por meio da apreciação musical; ser cidadão também é ter sentiod estético.
Porém, será que educação musical é uma prioridade em uma escola na qual, depois de 12 anos ( Ensino Básico), os jovens e adolescentes brasileiros não saber ler, não sabem escrever, não sabem contar, não reconhecem fenômenos naturais, naõ inferem, não traduzem, naõ interpretam, naõ analisam , não sintetizam, não julgam?
será que é boa notícia mesmo?
As questões levantadas pelo Renato são extremamente sérias. Eu sou de uma época -- várias mortes de papa atrás -- em que havia ensino musical nas escolas. E isso de nada me serviu. Uma única vez, no ginásio, tive uma professora bem-intencionada que fez uma tentativa mais consistente de desenvolver na turma um mínimo de apreciação musical. É a única lembrança aproveitável que tenho. O resto era aquela chatice de canto orfeônico -- os hinos a que a Pedrita se refere -- e o ditado de manussolfa que, até hoje, não sei para que serve.
Há exceções, é claro. O Affonso comentou comigo, a respeito dessa mesma notícia, a experiência dos filhos dele no Colégio Waldorf, onde há um coral que já se apresentou, inclusive, no Carnegie Hall, fazendo música brasileira, em um festival internacional de corais. Mas esse é um caso raro, de uma escola particular, em São Paulo, isto é, no topo da pirâmide. Imagino as dificuldades que teria uma escola pública aqui mesmo de São Paulo -- não precisando nem mesmo pensar no caso extremo das escolas de periferia.
O que mais me entristece, na verdade, é aquilo a que o Renato se refere em seu segundo comentário. Ensino de música é extremamente importante, porque a formação da sensibilidade é fundamental. Mas até que ponto isso é prioridade num país em que os jovens saem da escola sem saber escrever, falar direito ou articular os pensamentos (e o que se lê nos jornais a respeito da queda vertiginosa da qualidade do ensino é angustiante). Um exemplo só: no meu tempo, saí do colégio falando inglês, francês e espanhol graças à boa qualidade do ensino de línguas na escola pública. Hoje, quem não recorre aos cursos especializados está frito. Decidir que ensino de música é obrigatório é uma coisa. Criar condições pra isso -- ou seja, pensar organicamente -- é outra.
Fiz trabalhos manuais na escola, sim, Renato. Era uma negação, porque tenho duas mãos esquerdas, mas fiz sim. Em compensação, os oito anos de latim que fiz no ginásio e no colégio me foram de alguma valia: entendi direitinho os diálogos da "Paixão de Cristo", do Mel Gibson. O professor Altimiras -- nossa, que nome! -- teria ficado orgulhoso de mim.
Bom gostaria só de fazer uma pergunta. O ensino básico no Brasil enquadra as crianças de que idade até que idade ? Seis aos 18 ?
o Ensino Básico se divide em dois ciclos, o Fundamental, de 6 a 14 anos e o Médio, de 15 a 18.
Ok obrigado. Mas esta obrigatoriedade é para os dois ciclos ?
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