quarta-feira, 31 de outubro de 2007
wagner em brasília
Wagnerianos, morram de inveja! Cheguei agora cedo de Brasília, onde ontem assisti a um concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, com regência de Ira Levin. No programa, o segundo ato do Parsifal e trechos de Siegmund do primeiro ato da Valquíria. Fiquei impressionado. No Parsifal, destaque para o Klingsor de Stephen Bronk e para a Kundry de Graciela Araya, um banho de interpretação, ao lado da regência de Levin, expressiva, dando espaço para toda a dramaticidade da música, construindo os grandes momentos de maneira muito hábil. O tenor Howard Haskin saiu-se bem como Parsifal, mas gostei mais dele como Siegmund. A orquestra, é bonito de ver, toca Wagner como se deve, atenta às peculiaridades estilísticas, o que sobressai a um ou outro problema pontual. Enfim, mais detalhes em breve no "Caderno 2". Apenas um comentário – que música, não? No intervalo, ouvi uma conversa de dois jovens na porta do Teatro Nacional. “Esse Wagner era do caráio, véio!”. Era mesmo.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
osesp 2008
De maneira bem discreta - aqui no jornal, pelo menos, não recebemos nenhuma informação - foi divulgada a temporada 2008 da Osesp. São ao todo 136 concertos, cujos detalhes você encontra no portal VivaMúsica!. Os destaques: Michel Plasson em programas de música francesa; récitas de "A Cidade Morta", de Korngold; uma Ressureição de Mahler com Heidi Grant Murphy e Nathalie Stutzman; o compositor inglês Peter Maxwell Davies em concerto com obras suas; "Uma Tragédia florentina", de Zemlinsky, com Sergei Leiferkus, Anthony Dean Griffey e Tatiana Pavlovskaya; concertos de Rachmaninoff com Arnaldo Cohen; primeiras audições de João Guilherme Ripper e Aylton Escobar; a violinista Sara Chang; e a criação do Quarteto Osesp, com os líderes de naipe da orquestra. Em tempo - em seu site, a Osesp informa sobre o cancelamento do seu terceiro concurso de regência, que escolheria o substituto de Victor Hugo Toro. Diz a íntegra da nota: "A Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo comunica que, em virtude da reorganização de sua agenda de concertos, turnês e gravações para o ano de 2008, fica adiado o 3º Concurso Internacional de Regência. Informamos ainda que, por essa razão, o vencedor do 2º Concurso terá sua permanência no cargo de regente assistente prorrogada. A Osesp informará oportunamente a realização de mais uma edição."
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
stockhausen, nono, etc
De volta a assuntos mais importantes, três rapidinhas do Guardian: um artigo sobre Stockhausen, um perfil de de Luigi Nono e a lista de vencedores do prêmio Grammophone (entre eles, Nelson Freire, que levou na categoria melhor disco pelos concertos de Brahms com Riccardo Chailly). Boa leitura.
agora eu me superei
Na minha ainda curta vida profissional, já me enfiei em algumas enrrascadas, de vez em quando metendo os pés pelas mãos. Mas acho - não, tenho certeza – que agora me superei. Na semana que vem, o Teatro dos Satyros realiza o já tradicional festival “Satyrianas”. São 78 peças, uma por hora, ao longo de 78 horas ininterruptas. Bom, conversa vai, conversa vem com o pessoal do grupo, de quem gosto muito, surgiu o convite para que eu escrevesse uma das peças. Levei a história toda, a princípio, na brincadeira. Mas acabei caindo em tentação e, livrai-nos de todo o mal, fiz minha estréia como dramaturgo (que fique desde já registrado que uso o termo embutindo nele um enorme pedido de desculpas aos dramaturgos de verdade, aqueles que de fato merecem a alcunha). Bom, para não negar a origem, a peça chama-se “Tosca”, e tenta ser uma brincadeira divertida mas respeitosa com a ópera. É ambientada durante uma apresentação do segundo ato da “Tosca” em que a soprano perde o fio da meada e enlouquece o barítono que encarna Scarpia. Não sei ainda quem vai dirigir o espetáculo, mas desde já agradeço ao grupo pela gentileza de submeter meu texto a dois atores consagrados, Grace Gianoukas e Marat Descartes. Assim que eu souber a data e o horário da exibição (estou torcendo por algo do tipo madrugada de quinta para sexta, às 4 da manhã, para não correr o risco de alguém querer ir assistir...), aviso. Ou não.
Uma pequena atualização: a direção será da própria Grace!
Uma pequena atualização: a direção será da própria Grace!
terça-feira, 2 de outubro de 2007
ópera pelo brasil
Algumas opções de ópera no mês de outubro, fora de São Paulo. Em Belo Horizonte, o Palácio das Artes programou dois títulos. Começa com o Falstaff, de Verdi, nos dias 11, 13, 15, 17, 19 e 21. No elenco, Lício Bruno (Falstaff), Manuel Álvarez (Ford), Eliseth Gomes (Alice), Luciana Monteiro (Meg), Regina Helena Mesquita (Quickly), Carmem Monarcha (Nannetta), Luciano Botelho (Fenton), Geilson Santos (Cajus), Sergio Weintraub (Bardolfo) e Sávio Sperandio (Pistola). Esqueci de alguém? Bom, a montagem é aquela estreada há alguns anos no Teatro Municipal, com direção de José Possi Neto; e a regência é de Luiz Fernando Malheiro. Em seguida, nos dias 25, 27 e 28, também em BH, é a vez de O Homem Que Confundiu sua Mulher com um Chapéu, de Michael Nyman, com direção de Iacov Hillel (trata-se daquela produção do ano passado no Teatro São Pedro) e regência de Marcelo Ramos. No elenco, o tenor Martin Mühle, a soprano Sylvia Klein e o baixo Stephen Bronk. Mais informações aqui. Já em Brasília, no final do mês, a atração é a apresentação, em versão de concerto, de trechos do Parsifal, de Richard Wagner, com regência de Ira Levin e a participação do tenor americano Howard Haskin (aquele que fez Sansão em São Paulo), a meio-soprano Graciela Araya e a soprano Eiko Senda. Será no dia 30.
prêmio
Piano Transcriptions, de Ira Levin, foi escolhido o melhor CD erudito do ano no 3º Prêmio Bravo! Prime de Cultura, entregue ontem à noite na Sala São Paulo; ele concorria com Nelson Freire (Beethoven) e Antonio Meneses (Schumann e Schubert). O júri foi composto por Regina Porto, André Mehmari e Olivier Toni.
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