quinta-feira, 31 de maio de 2007
covent garden compra opus arte
A Royal Opera House Covent Garden anunciou hoje a compra, por cerca de R$ 20 milhões, do selo Opus Arte UK e agora tem seu próprio selo para a edição e distribuição de DVDs (para mais informações no Estadão e no New York Times). A iniciativa confirma tendência segundo a qual orquestras e teatros começam a criar seus próprios selos, redimensionando seus negócios e dependendo cada vez menos das gravadoras - sobre o tema, texto que escrevi para o C2 há alguns meses.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
corigliano em são paulo
O compositor norte-americano John Corigliano está em São Paulo, onde acompanha de amanhã a sábado os concertos em que a Osesp interpreta obras suas (Torneios, Concerto para Clarinete e Sinfonia nº 1). Conversamos ontem e o Estadão publica amanhã a íntegra da entrevista, da qual adianto uma pequena declaração-aperitivo: "Chega de fundamentalismos. Vivemos na era da combinação. A internet nos dá acesso à música de todas as épocas, estilos, orientações, lugares. As referências se multiplicam cada vez mais. O interessante, nesta era de superinformação, é ver como cada compositor escolhe elementos e os combina. As escolas muito rígidas fecharam as portas da música, que passou a ser exclusividade de poucos, alheia ao mundo em que era criada. Mas vivemos um momento rico de possibilidades, à espera de que os jovens abram as portas e digam claramente: estamos aqui, estamos escrevendo e queremos fazer parte do mundo.”
segunda-feira, 28 de maio de 2007
kurt, o sábio
O jornalista Clóvis Marques assina, no site Opinião e Notícia, a crítica do concerto de Kurt Masur com a Sinfônica Brasileira, sexta passada. No programa, a abertura de "Os Mestres Cantores de Nuremberg", de Wagner, a "Sinfonia Novo Mundo", de Dvorak, e a "Inacabada" de Schubert - as mesmas peças que compõem a apresentação da OSB em São Paulo, na quarta-feira, no Teatro Alfa.
domingo, 27 de maio de 2007
lebrecht
No Estadão de hoje, texto de João Marcos Coelho sobre o novo livro de Norman Lebrecht, Life and Death of Classical Music: "Foi bom enquanto durou. O ciclo da música gravada acaba de morrer. E não há nada que se possa fazer sobre isso, a não ser o chamado 'jus esperneandi' das grandes gravadoras, que viram seus lucros pornográficos desabarem, por obra e graça da tecnologia e da internet, até a insolvência total. Esta indústria está morta. Falta enterrá-la. Este é o mantra que há mais ou menos uma década o jornalista inglês Norman Lebrecht repete em seus artigos no London Evening Standard, no seu programa na BBC Radio 3, em sua coluna semanal e em seu blog. Ele já tinha batido um prego enorme neste caixão com O Mito do Maestro, um catatau de mais de 500 páginas que esmiúça os podres dos regentes, as negociatas com os grandes empresários, etc. Agora, faz o que chama de 'autópsia post-mortem' neste cadáver ainda fresco, com um livro que acaba de ser lançado nos Estados Unidos e Inglaterra. O título é apocalíptico: Life and Death of Classical Music, ou vida e morte da música clássica (Anchor Books, US$ 10,17 o exemplar novo e US$ 8,45 o usado no site Amazon)." Continua aqui.
sábado, 26 de maio de 2007
rumo a brasília
Aos mahlerianos de plantão nesta manhã de sábado: o maestro Ira Levin, à frente da Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, rege, no dia 5, o "Kindertotenlieder" com a participação da mezzo-soprano Denise de Freitas. O programa tem ainda "Morte e Transfiguração", de Strauss, e a Sinfonia Júpiter, de Mozart.
mais portari em berlim
O tenor Rolando Villazon não voltou à produção da "Manon" de Massenet na Staatsoper em Berlim e o nosso Fernando Portari acabou substituindo o colega em todas as récitas, ao lado da soprano Anna Netrebko. Mais: hoje faz audição em Paris para o maestro John Eliot Gardiner. Mais informações no portal VivaMúsica.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
eleições na abm
É hoje a eleição para escolher o substituto de Arnaldo Senise, falecido no início do ano, na Academia Brasileira de Música. No páreo, o professor Henrique Autran Dourado, o pianista Gilberto Tinetti, o violinista Paulo Bosísio e o compositor pernambucano Clóvis Pereira. Mais informações no Portal VivaMúsica.
leiloadas canções de mendelssohn
Do jornal "O Globo": Duas canções recém descobertas do compositor romântico alemão Felix Mendelssohn (1809-1847) foram vendidas nesta quarta-feira na Sotheby's de Londres por £21.600 (R$ 83.556). O manuscrito autógrafo do compositor, considerado um importante achado musical, foi levado à Inglaterra pela Staatsbibliothek Zu Berlin (Biblioteca Estatal de Berlim). Continua aqui. Ainda sobre o compositor – na entrevista que concedeu na segunda-feira no Rio, o maestro alemão Kurt Masur dedicou boa parte da conversa à fundação que criou em homenagem a Mendelssohn. Para ele, o compositor não goza do mesmo reconhecimento de Tchaikovski, Brahms ou Schumann, por exemplo, o que considera injusto. Mais: as pessoas o interpretam de maneira um tanto displicente, com um tom ou dramático demais ou de menos, que não respeita os contrastes das suas partituras. “O Elijah, por exemplo, só é comparável a Beethoven”, diz Masur. Uma das primeiras atividades da fundação foi comprar a casa do compositor, que estava prestes a ser demolida, e transformá-la em um museu. Mas o maestro quer mais. “Foram necessárias décadas até que a música de Mahler passasse a ser respeitada e compreendida em sua mistura de ideias artísticos e filosóficos. Acredito que Mendelssohn está à espera deste resgate. E o primeiro passo é uma nova edição de suas obras, que a fundação deve entregar no ano que vem.” Em tempo: Masur promete para 2009 um minifestival Mendelssohn no Rio, com a Sinfônica Brasileira.
galina em cannes
quinta-feira, 24 de maio de 2007
show must go on
Essa vem da Escócia: após se machucar no início do primeiro ato de uma montagem de "Lucia di Lammermoor", a soprano Sally Silver continuou a apresentação em uma cadeira de rodas emprestada de um dos membros da platéia. Leia mais aqui.
números da indústria
Em seu novo livro, "The Life and Death of Classical Music”, Norman Lebrecht fornece alguns números sobre a indústria fonográfica que me surpreenderam - sempre achei, por exemplo, que Callas era a recordista de venda de CDs e que o álbum mais vendido da história era o gravado pelos Três Tenores em 1990, para não falar que jamais imaginei que o maestro Georg Solti estivesse tão bem cotado nas listas de vendagem, que reproduzo abaixo.
Os CDs mais vendidos
1- Wagner: O Anel do Nibelungo
Georg Solti, 1958-65 (Decca)
18 milhões de cópias
2 - Os Três Tenores
Pavarotti, Domingo, Carreras, Mehta, 1990 (Decca)
14 milhões de cópias
3 - Vivaldi: As Quatro Estações
I Musici, Felix Ayo, 1959
9,5 milhões de cópias
4 - Os Três Tenores
Pavarotti, Domingo, Carreras, Mehta, 1994 (Warner)
7,8 milhões de cópias
5 - Canto Gregoriano
Seleções, 1994 (EMI)
5,5 milhões de cópias
6 - Sacred Arias
Andrea Bocelli, Chung, 1999 (Phillips)
5 milhões de cópias
7 - Tchaikovski : Concerto para Piano nº 1
Van Cliburn, 1953 (RCA)
3 milhões de cópias
8 - Puccini: Tosca
Callas, Gobbi, 1953 (EMI)
3 milhões de cópias
9 - O Holy Night
Pavarotti, 1976 (Decca)
3 milhões de cópias
10 - Ramirez: Missa Criola
José Carreras, 1990 (Phillips)
3 milhões de cópias
Os dez artistas que mais venderam discos
1- Herbert von Karajan - 200 milhões
2- Luciano Pavarotti - 100 milhões
3- Georg Solti - 50 milhões
4- Arthur Fiedler/Boston Pops - 50 milhões
5 - Leonard Bernstein - 30 milhões
6 - Maria Callas - 30 milhões
7 - James Galway - 30 milhões
8 - Plácido Domingo - 30 milhões
9 - José Carreras - 30 milhões
10 - Neville Marriner - 30 milhões
Os CDs mais vendidos
1- Wagner: O Anel do Nibelungo
Georg Solti, 1958-65 (Decca)
18 milhões de cópias
2 - Os Três Tenores
Pavarotti, Domingo, Carreras, Mehta, 1990 (Decca)
14 milhões de cópias
3 - Vivaldi: As Quatro Estações
I Musici, Felix Ayo, 1959
9,5 milhões de cópias
4 - Os Três Tenores
Pavarotti, Domingo, Carreras, Mehta, 1994 (Warner)
7,8 milhões de cópias
5 - Canto Gregoriano
Seleções, 1994 (EMI)
5,5 milhões de cópias
6 - Sacred Arias
Andrea Bocelli, Chung, 1999 (Phillips)
5 milhões de cópias
7 - Tchaikovski : Concerto para Piano nº 1
Van Cliburn, 1953 (RCA)
3 milhões de cópias
8 - Puccini: Tosca
Callas, Gobbi, 1953 (EMI)
3 milhões de cópias
9 - O Holy Night
Pavarotti, 1976 (Decca)
3 milhões de cópias
10 - Ramirez: Missa Criola
José Carreras, 1990 (Phillips)
3 milhões de cópias
Os dez artistas que mais venderam discos
1- Herbert von Karajan - 200 milhões
2- Luciano Pavarotti - 100 milhões
3- Georg Solti - 50 milhões
4- Arthur Fiedler/Boston Pops - 50 milhões
5 - Leonard Bernstein - 30 milhões
6 - Maria Callas - 30 milhões
7 - James Galway - 30 milhões
8 - Plácido Domingo - 30 milhões
9 - José Carreras - 30 milhões
10 - Neville Marriner - 30 milhões
quarta-feira, 23 de maio de 2007
guarnieri nacional
Chegou enfim às lojas o CD triplo com as seis sinfonias de Camargo Guarnieri, mais as aberturas Festiva e Concertante e a Suíte Vila Rica (Osesp/Neschling). As gravações são as mesmas já lançadas pelo selo BIS, mas agora ganham edição nacional pela Biscoito Fino – o que significa uma bela redução no preço: a caixa sai por R$ 59. A edição mantém as notas de programa originais de Flávia Toni, especialista na obra de Guarnieri e responsável por seu acervo na Usp.
masur e ópera
No Estadão de hoje, entrevista com o maestro alemão Kurt Masur. E, na Folha, detalhes sobre "La Cambiale di Matrimonio" e "Il Signor Bruschino", dobradinha que estréia hoje no Teatro São Pedro, sob direção de Walter Neiva e Emiliano Patarra.
quarteto de cordas da cidade, de volta
Nota que a Secretaria Municipal de Cultura acaba de enviar à imprensa:
"Quarteto de Cordas retoma suas atividades. Após uma suspensão temporária, o Quarteto de Cordas da Cidade deve retomar as suas atividades no mês de junho. Três integrantes, que não tiveram seus contratos renovados no início deste ano, serão recontratados. O violista Marcelo Jaffé, único deles que é funcionário público, continua respondendo a investigação da Procuradoria Geral do Município, órgão responsável pela apuração dos fatos. O objeto da investigação em curso é um contrato firmado pelo grupo com o Clube Pinheiros, por intermédio de um empresário, no qual estava previsto pagamento aos músicos e nenhum recolhimento aos cofres municipais."
"Quarteto de Cordas retoma suas atividades. Após uma suspensão temporária, o Quarteto de Cordas da Cidade deve retomar as suas atividades no mês de junho. Três integrantes, que não tiveram seus contratos renovados no início deste ano, serão recontratados. O violista Marcelo Jaffé, único deles que é funcionário público, continua respondendo a investigação da Procuradoria Geral do Município, órgão responsável pela apuração dos fatos. O objeto da investigação em curso é um contrato firmado pelo grupo com o Clube Pinheiros, por intermédio de um empresário, no qual estava previsto pagamento aos músicos e nenhum recolhimento aos cofres municipais."
terça-feira, 22 de maio de 2007
festival de inverno - programação
Já está no anexo a programação completa do Festival de Inverno de Campos do Jordão, que será realizado de 7 a 19 de julho.
meneses e maria joão pires
Foi anunciada agora há pouco a programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Não pude comparecer à coletiva de imprensa, mas a Patrícia Villalba, minha colega aqui no C2, me passou rapidinho o que surgiu de destaque: Jocy de Oliveira é a compositora residente, Kiri Te Kanawa canta com a OSB, Ira Levin rege a Sinfônica do Teatro Nacional, Carla Camurati monta a ópera "Rita", de Donizetti... Agora, na lista de recitais, um já se candidata ao mais concorrido do festival – um programa Bach, Schubert e Brahms com Maria João Pires e Antonio Meneses. Mais detalhes em breve.
às vezes dá um bode...
Não escondo de ninguém que uma das melhores partes da profissão é a chance de conversar com artistas que são nossos ídolos, ter a oportunidade de colocar a eles questões e, mesmo que por um curto período de tempo, desenvolver uma conversa. Ontem, estive no Rio para entrevistar o maestro Kurt Masur. É daquelas personagens que impõem respeito só de olhar para você, só pela figura, sem contar tudo o que já fez e viveu. Mas, bem-humorado, adora contar histórias, responde a tudo com paciência, brinca sobre si mesmo. Experiências como essas é que fazem a correria valer a pena. Agora, de vez em quando a gente se depara com cada uma... O violoncelista Yo-Yo Ma vem ao Brasil em junho, é talvez um dos mais aguardados concertos do ano (se bem que eu estou mesmo é animado com a vinda do Thomas Hampson, mas, enfim, essa é outra história). Pois bem, ele concordou em dar entrevistas a alguns veículos da imprensa brasileira. Mas, para decidir quais, nós repórteres tivemos que mandar um pequeno currículo com nomes de pessoas da música que já entrevistamos, somados às páginas e às datas em que as matérias foram publicadas. E tem mais. Serão apenas dez minutos cronometrados, pelo telefone. Detalhe: a produção dele não passa o número – eles ligam para nós no horário da entrevista que, aliás, vai depender do humor dele no dia. Tudo bem, nem sempre este tipo de exigência parte do artista. Mas que dá um bode, dá....
sexta-feira, 18 de maio de 2007
nelson freire vence o prêmio tim
O pianista Nelson Freire venceu o Prêmio Tim na categoria música erudita com o disco em que interpreta, ao lado do maestro Riccardo Chailly e da Orquestra do Gewandhaus, os concertos para piano de Brahms. Concorriam na mesma categoria o disco em que a Osesp interpretava Claudio Santoro e a reedição do disco gravado pelo Duo Assad com a Orquestra de St. Gallen e John Neschling.
portari em berlim
O tenor Fernando Portari, que substituiu Rolando Villazon em uma récita de "Manon", cantando ao lado da soprano Anna Netrebko na Staastsoper de Berlim, em entrevista ao portal Viva Música: "Foi maravilhoso. Fui muito bem recebido e aplaudido de pé pelo público. Para mim foi uma noite mágica. Meus colegas de palco foram muito generosos, especialmente Anna Netrebko. Entramos de braços dados para os agradecimentos, mas ela se afastou para que o público me aplaudisse. Foi muito emocionante e fiquei muito tocado com a generosidade dela. Ainda estou em estado de choque e muito comovido por saber que num teatro tão importante e com artistas estelares há tanta generosidade. Foi muito emocionante e estou muito feliz!". Continua.
no guardian
Três interessantes matérias pinçadas do site do "Guardian": o tenor Ian Bostridge escreve sobre "Morte em Veneza" e tenta mostrar porque se trata da melhor ópera de Benjamin Britten; em entrevista, o maestro Simon Rattle faz balanço dos seus primeiros cinco anos à frente da Filarmônica de Berlim; e professor da Universidade de Manchester afirma ter criado sistema capaz de replicar o som dos instrumentos fabricados por Stradivari.
victor borge
Nas andanças pelo You Tube, encontrei por acaso vídeos do pianista Victor Borge. Fazia tempo que eu não ouvia falar dele - a última vez foi em um vídeo em que ele prestava uma curta homenagem durante o concerto pelos 70 anos de Leonard Bernstein. Borge nasceu na Dinamarca mas viveu quase toda a vida nos Estados Unidos, onde aparecia constantemente na TV e fazia seus shows em que misturava música e comédia de modo impagável. Um bom começo: ele apresentando a soprano Marlyn Mulvey para, depois, interpretar a ária Caro Nome, do Rigoletto.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
errei
Pedrita chama a atenção para um deslize que cometi no post sobre o recital de Elena Obraztsova - ele será na terça, dia 22, e não na quarta-feira, dia 23, como escrevi. O horário, 21 horas, e o teatro, o São Pedro, se mantém. O programa? Ainda não consegui arrancar da organização, mas, alertado pelo Lauro, o encontrei no blog De Ópera e Concertos.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
galina no cinema
Luiz Carlos Merten conta, de Cannes, onde está realizando para o Estadão a cobertura da 60ª edição do célebre festival de cinema francês, que o novo filme de Aleksander Sokurov tem como protagonista a soprano Galina Vishniévskaia, esposa de Rostropóvitch. Quando conversamos, ele ainda não havia visto o filme, que se chama "Alexandra" e narra de a história de uma avó que vai visitar o neto, soldado das tropas russas em atividade na Chechênia. Aqui, mais informações sobre o filme - e uma entrevista em que Sokurov afirma que levar Galina ao cinema foi a realização de um sonho (ele já havia assinado um documentário sobre ela e Rostropóvitch). O Merten não soube me dizer se ela comparecerá ao festival, não apenas pela morte recente do marido - segundo as agências internacionais, ela foi diagnosticada com pneumonia há cerca de duas semanas. Mas ele prometeu ficar de olho e, no caso dela aparecer por lá, tentar uma conversa.
terça-feira, 15 de maio de 2007
obraztsova no brasil
A mezzo russa Elena Obraztsova chega amanhã pela manhã em São Paulo, onde faz recital na quarta-feira, dia 23, no Teatro São Pedro. Já pedi o programa para a organização da série Grandes Vozes, assim que o receber coloco aqui. Mas, antes, um vídeo dela interpretando, em 1978, no Scala, a ária "O Don Fatale", do "Don Carlo" de Verdi. A propósito, daquela mesma noite, vídeos do monólogo do rei Felipe II e do seu dueto com o marquês de Posa (o rei é ninguém menos que o baixo russo Evgueni Nesterenko, acompanhado do barítono italiano Renato Bruson).
ira levin em campinas
Ao público de Campinas e região: o maestro Ira Levin, ex-Municipal de São Paulo e atual diretor da Sinfônica do Teatro Nacional, em Brasília, se apresenta com a Sinfônica de Campinas nos dias 19 (19h) e 20 (17h). No programa, a abertura do "Idomeneo", de Mozart; o "Concerto para Piano nº 25", de Mozart (ele rege e é o solista); a "Berceuse Elegiaque", de Busoni; e a "Sinfonia nº 3", de Schumann. Mais informações aqui.
pelo mundo
J. Bud Roach, oboísta da Filarmônica de Buffalo, nos EUA, entrou com processo contra a orquestra, alegando ter sido vítima de discriminação por ser homossexual, opção que lhe teria rendido também a demissão; enquanto isso, em New England, o presidente George W. Bush arriscou alguns momentos como regente; em Nova York, a Sony anunciou a assinatura de um contrato de exclusividade com o barítono Nathan Gunn; e o Metropolitan Opera desistiu, por problemas logísticos, de sua primeira turnê pela China, ocasião na qual seria apresentada a montagem de "The First Emperor", ópera de Tan Dun.
manaus (4)
Conversei muito rapidamente com Edmundo Villani-Côrtes, que chegou a Manaus na tarde de domingo para acompanhar a última semana de ensaios e a estréia de sua “Poranduba”, dia 20, no Teatro Amazonas. Está animado com a possibilidade de vê-la enfim sobre o palco. Combinamos de conversar com mais calma nos próximos dias. Mas, no programa do festival, Villani fala, em entrevista a Sergio Casoy, sobre o projeto – fica aqui um trecho, como aperitivo, reforçando a idéia de que, nos dias de hoje, o que vale mesmo é utilizar todos os recursos disponíveis na hora de encontrar aquele que melhor serve à história que se quer contar: “Não tive uma preocupação em estabelecer uma linguagem específica ao compor esta ópera. Fui escrevendo as idéias musicais à medida que as mesmas foram surgindo na minha imaginação. Dependendo do clima que quero estabelecer, ou do que o próprio texto sugere, às vezes a música possui um ambiente sonoro mais singelo, com uma finalidade bem explícita ou então é mais tenso, mais dissonante.”
manaus (3)
A gravação das óperas do Festival Amazonas em CD ou DVD é um assunto antigo, que remonta à primeira produção da "Valquíria", a montagem que lançou em 2002 o projeto do "Anel". A presença de uma cópia em VHS animou o público, que passou a esperar o lançamento em DVD, o que não aconteceu. Os anos passaram e chegou o "Anel" completo, que foi gravado e teve sua transmissão anunciada pela TV Cultura, o que também não aconteceu. Conversando com gente ligada ao festival, ouvi algumas versões. A primeira diz respeito aos direitos autorais - a tranmissão e/ou lançamento em DVD estariam suspensos porque não se havia conseguido a autorização de todos os envolvidos. Outra explicação é que, no final das contas, o som do registro não ficou tão bom quanto se esperava - haveria apenas uma cópia de alta qualidade feita daquela primeira Valquíria. De qualquer forma, o maestro Malheiro garantiu que um dos músicos da orquestra, um russo, é aficcionado por gravação, montou um estúdio próprio e está sendo o responsável por gravar as óperas do festival. "Lady Macbeth", por exemplo, teve o áudio registrado e foi com o som dele que foi transmitida, ao vivo, no domingo, pela Amazon Sat. Não há nenhuma previsão de lançamento comercial ou algo do tipo. É uma pena. Não é de hoje que as produções do Festival Amazonas merecem maior divulgação em terrritório nacional. Saber que existem registros, mesmo que não comerciais, é um certo alento, afinal é a certeza de que as produções não vão se perder no ar. Mas ainda é muito pouco.
manaus (2)
Em Manaus, tive a chance de conversar com Luiz Paulo Sampaio, novo presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ele esteve por lá de olho na produção da “Lady Macbeth”. Mas foi bem claro – para este ano, não existe a menor possibilidade. A dívida herdada da gestão anterior é um entrave, mas não é o único – podem somar à lista a burocracia do Estado, a ausência de um orçamento em 2007 para a ópera e assim por diante. Ainda assim, o Municipal levou no começo do mês a produção paulistana das “Bodas de Fígaro”, aquela assinada por José Possi Neto durante os anos de Ira Levin como diretor musical. E fará ainda dois outros títulos – o “Orfeo” de Monteverdi e uma nova produção da “Carmen”. Para 2008? A esperança de tempos melhores. Outro que esteve em Manaus para a última récita de “Lady Macbeth” foi o maestro Paulo Maron, diretor da Orquestra Filarmonia e do Núcleo Universitário de Ópera, que tem produzido nos últimos anos as operetas de Gilbert & Sullivan. Lá, ele nos falou sobre seu novo projeto: nos dias 15, 16, 17, 22, 23 e 24 de junho, rege no Teatro Paulo Eiró apresentações de “Der Mond”, ópera cômica em um ato de Carl Orff. As apresentações servem para marcar os 50 anos do Paulo Eiró.
manaus (1)
Já estou de volta de Manaus, onde assisti domingo a última récita da “Lady Macbeth” de Shostakovich – mais um triunfo da dobradinha Eliane Coelho/Luiz Fernando Malheiro (o que se diz, aliás, é que a dupla volta à ação no ano que vem com "Manon Lescaut", de Puccini). O resto do elenco também é de alto nível – Martin Mühle, Luciana Bueno, Lucas Debevec-Meyer, Marcos Paulo, Stephen Bronk, Sergio Weintraub. Gostei da direção de Caetano Villela. A estética, o modelo, digamos assim, é aquele já usado na montagem de “A Queda da Casa de Usher”, de Phillip Glass, no Festival de Campos do Jordão - projeções misturadas aos cenários de corte moderno, ressaltando, neste caso, a opressão, a vigilância sob a qual vive Katerina, alusão clara à repressão política soviética. Faço um único reparo, ao excesso de referências. Letras do alfabeto cirílico, figuras monstruosas, referências a Stálin e companhia - tudo isso faz sentido dentro do diálogo possível entre a história de Katerina e a vida política soviética. Mas o sobe e desce das imagens acaba, muitas vezes, tirando nossa atenção da música em alguns de seus principais momentos - e não podemos esquecer que é ela quem dá a exata dimensão da transgressão de Katerina e que permite, a partir daí, todos os diálogos possíveis. É essa, afinal, uma das principais qualidades da obra de Shostakóvitch. Mas no final das contas não acho que isso comprometa o espetáculo, que tem fluência e momentos muito bonitos, antológicos mesmo, como a ária do primeiro ato, exemplo de que é possível utilizar os mais diferentes elementos visuais em conjunto, a serviço da música e não brigando por atenção.
sábado, 12 de maio de 2007
a caminho
Parto daqui a pouco para Manaus, onde assisto amanhã a última récita da "Lady Macbeth de Mtsensk", de Shostakovich. Antes, no entanto, vou tentar dar uma espiada nos ensaios de "Poranduba", ópera inédita de Edmundo Villani-Côrtes, que estréia no final do mês, encerrando a edição deste ano do Festival Amazonas. Sobre ela, aliás, Leonardo Martinelli escreveu na Gazeta Mercantil e no blog Outra Música, com direito a entrevista com o compositor.
atualizações
Fiquei alguns dias fora do ar, envolvido com projetos fora e dentro da redação, tempo suficiente para novidades passarem batidas aqui no blog. Para quem ainda acredita nele, uma breve atualização. O tenor Fernando Portari substituiu o colega mexicano Rollando Villázon em uma récita da nova produção de “Manon”, de Massenet, na Staatsoper de Berlim, cantando ao lado da soprano russa Anna Netrebko, que entrou para a lista das cem mais influentes personalidades do mundo da revista Time; enquanto isso, em Boston, elogios rasgados à interpretação do barítono Paulo Szot como o conde nas “Bodas de Fígaro”, de Mozart, seguida da notícia de que ele interpretará Don Giovanni no Metropolitan de Nova York; por aqui, Manaus estreou a primeira produção brasileira de “Lady Macbeth do Distrito de Mtsenk”, de Shostakovich (leia crítica de Lauro Machado Coelho); e Leonardo Martinelli comenta o lançamento do livro “O Pensamento Musical de Nietzsche”, de Fernando Moraes de Barros, lançamento da Perspectiva; de volta às notícias internacionais, Pierre Boulez anunciou que a produção atual de "From the House of the Dead", de Janácek, atualmente em cartaz em Viena, é sua última incursão pelo mundo da ópera; e a Filarmômica de Berlim informou que vai instaurar uma investigação sobre suas atividades durante os anos do Nazismo.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
mais rostropóvitch
Ainda sobre Rostropovich - no Outra Música, texto de Leonardo Martinelli sobre o violoncelista e maestro, morto na semana passada. "De fato, infinitas possibilidades de interpretação é algo que no caso de Rostropóvitch vai muito além da mera figura retórica, sendo incrivelmente imensa a discografia do músico, dividida entre as atuações frente a uma orquestra e as com o violoncelo junto ao corpo (para se ter uma idéia, a Amazon disponibiliza no momento mais de 300 títulos). Porém, entre tudo, o maior legado que Rostropóvitch deixa ao mundo da música é de que seja lá quais forem as condições ou o que possa ocorrer, apenas uma coisa importa: fazer música com seriedade profissional e devoção", escreve ele. Aproveito e já adianto, no anexo, texto que Lauro Machado Coelho publica no Estadão de domingo sobre o músico.
terça-feira, 1 de maio de 2007
manon
No You Tube, há uma série de vídeos da "Manon" da Ópera de Viena, interpretada em março deste ano por Roberto Alagna e Anna Netrebko. Gosto cada vez mais dela, mas o Alagna... a voz está cansada, ele tem dificuldade de segurar as notas, a afinação às vezes é aproximada. Basta ouvir, também no You Tube, uma gravação de um Alfredo Kraus já em final de carreira da ária "Je suis seul... Ah, fuyez douce image" para ver a diferença que faz um cantor que sabe escolher seu repertório e preservar a voz.
opera chic
Procurando referências da "Manon" de Vienna com Alagna/Netrebko encontrei por acaso (e não é sempre assim?) o blog Opera Chic. A apresentação de sua titular diz tudo: "sou uma jovem americana em milão.... e você não; vou bastante ao scala.... e você não". Gracinhas à parte, vale olhar de vez em quando os seus posts, que vão desde comentários às apresentações no scala até uma fotomontagem para provar que o tenor peruano Juan Diego Florez fez plástica no nariz.
Assinar:
Postagens (Atom)