segunda-feira, 9 de julho de 2007
de volta
Estive em Campos do Jordão acompanhando o primeiro fim de semana do Festival de Inverno, daí minha ausência aqui no blog nos últimos dias. Mas estou de volta à carga. No final da tarde, coloco aqui o link para a matéria que escrevi sobre o festival, que será publicada amanhã no Caderno 2. Por enquanto, dou a dica de uma entrevista feita por Humberto Pereira da Silva com o compositor Flô Menezes, publicada na revista virtual Trópico.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
bacana, eu gosto muito desse festival, embora ache que esteja com um elenco muito repetitivo esse ano. beijos, pedrita
A respeito da entrevista de Flô Menezes:
Ninguém é "forçado a venerar Villa-Lobos como o gênio nacional", é claro. Mas é uma simples questão de justiça reconhecer que o Brasil nunca produziu outro compositor tão completo.
A obra de Villa-Lobos é irregular, sim. Como todo compositor que escreve com extrema facilidade, o excepcional, em sua obra, se acotovela com o medíocre, é verdade. Isso acontece com outros autores do século XX (sem mencionar os prolíficos autores do Barroco ou do Classicismo). Eu citaria Dimitri Shostakóvitch, Bohuslav Martinu e Darius Milhaud, que são igualmente ecléticos e desiguais. Mas nem por isso questionamos a genialidade deles.
Na verdade, que outro compositor brasileiro praticou todos os gêneros -- inclusive a ópera -- com igual número de acertos? (a afirmação de Flô Menezes de que as peças medíocres superam as excepcionais não resiste, acredito, a uma simples avaliação aritmética).
Não são só as Bachianas e os Chôros, no domínio da música orquestral.
Os quartetos de cordas estão entre as coleções mais importantes do século XX.
E a música para piano tem verdadeiras preciosidades, entre elas, coisas como as Cirandas e o Guia Prático -- recentemente gravado pela Clara Sverner - que mapeam a riqueza melódica e rítmica do cancioneiro luso-brasileiro.
Há, na música de câmara, coisas de uma originalidade gritante, como o Noneto.
E o repertório das canções é um setor a ser ainda explorado com mais profundidade.
Sair em defesa de Villa-Lobos, a esta altura do campeonato, é chover no molhado, eu sei. Só queria dizer que não preciso fazer esforço algum para me orgulhar de o Brasil ter produzido um artista dessa estatura.
Postar um comentário