A dificuldade para se conseguir um ingresso que dê acesso ao Festival de Bayreuth já é tão lendária quanto o teatro em que ele é realizado ano após ano. Em seu suplemento de Viagem, portanto, o New York Times fez um roteiro alternativo - "Em Bayreuth, sem ingressos" -, que inclui, além da casa em que viveu Wagner (na foto, hoje um museu), os palácios e outros teatros da região. Vale a leitura. E sabe que, lendo o texto, lembrei de quando estive lá, há quatro anos, claro, sem ingressos e fora da época do festival. É uma experiência incrível visitar o museu dedicado ao compositor e poder, entre outras coisas, observar sua biblioteca pessoal, os autores que lia, as partituras de outros compositores (muito poucas, algum Mozart, Beethoven e Bellini, entre outros) que mantinha no acervo. E a Casa do Festival? Uau! Demos sorte, deixamos a visita para o final da manhã, sem saber que a nossa seria a última visita antes de o teatro fechar e só ser reaberto a turistas depois do festival do ano seguinte. Já pensou? Ir a Bayreuth e não ver o teatro... Enfim, conseguimos entrar e guardo muito bem a foto que tirei no posto do maestro, no fosso da orquestra, assim como a memória de caminhar pelo palco em que tantos cantores maravilhosos pisaram... E há também coisas curiosas. É interessante, por exemplo, ver o imponente Museu Wagner fazendo sombra à casa dedicada à memória de Liszt - que fica ali do lado mas, escondidinha, é difícil de encontrar - e, lá, poder ler as cartas que o autor do Anel escrevia ao sogro, puxando seu saco até não poder mais e pedindo ajuda financeira... Que viagem foi aquela...
domingo, 1 de julho de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Oh João... esse eh um dos meus sonhos... Visitar Bayreuth... Claro... adoraria ver o festival mas so de fazer o programa que vc fez já seria inesquecível...
Coleciono registros realizados em Bayreuth... não sei se vc conhece um que foi muito comentado cerca de um ano atrás sobre uma gravação em um cilindro de Edson de um pequenino trecho do Tristan, menos de 4 mins. de 1880, que teria a condução do próprio Wagner... So esse pequeno registro me faz viajar muuuuuuito quando o ouço... Imagino ouvi-lo em Bayreuth, na casa onde Wagner viveu, dentro do Teatro que construiu.
Nunca ouvi falar desse registro, Poletti. Algo de 1880, só pela data, já vale a pena conhecer. Na Internet têm circulado gravações ao vivo que são verdadeiras preciosidades.
Consegui esse registro no ano passado... Qualidade, é claro, muito ruim... na realidade existe muita controvérsia a respeito desta gravação. Uma das historias que contestam a gravação diz que o Tristan nunca foi encenado em Bayreuth enquanto Wagner era vivo (o que é verdade; a primeira encenação completa em Bayreuth foi em 1886, embora a gravação não necessariamente seja de uma montagem), dizendo que o registro trata-se na realidade de uma gravação feita no Met em 1903.
De qualquer forma, chegaram a gravar um CD com o titulo Wagner Conducts Wagner. Nos créditos do arquivo estava Amalie Materna como Isolda, Albert Niemann como Tristan e Marianne Brandt como Brangane.
Eu posso gravar um CD com o arquivo para vc... Costumo vê-lo na Sala São Paulo as quintas (mas sou meio tímido, mestre... quando muito o cumprimento com um aceno de cabeça). Se vc for nesta semana já levo o CD comigo.
E a Internet é fantástica, com relação a essas gravações... como o vc disse, verdadeiras preciosidades são encontradas na rede... E tb. muito material recente.... Registros de grandes orquestras de um, dois dias atrás... Graças a ela temos condição de nos manter relativamente atualizados com relação ao que é feito hoje em dia pelo mundo.
Postar um comentário