domingo, 15 de julho de 2007

falei com a diva

A persistência é mesmo a alma do negócio. Depois de semanas dizendo "não", dame Kiri Te Kanawa chegou a Campos bem-humorada, resolveu dar uma masterclass aos alunos do festival, permitiu meu acesso à aula e, em seguida, concedeu uma pequena entrevista. O encontro com os jovens cantores foi uma experiência incível - a matéria sobre ele sai na capa do Caderno 2 de amanhã e, assim que entrar no ar, coloco o link aqui no blog. Mas queria aproveitar aqui para falar um pouco dos bastidores da entrevista. Ela aceitou concedê-la com algumas condições - no máximo 20 minutos e nada de "perguntas óbvias", nada que a gente pudesse encontrar no seu currículo ou em entrevistas dadas recentemente. Jornalistas, disse ela à direção do festival, são "chatos, cansativos", perguntam sempre as mesmas coisas. No final das contas, confesso que nunca havia me sentido tão intimidado por um entrevistado. Talvez seja coisa de tiete - e, depois de passar uma tarde ouvindo seu Strauss com Georg Solti é difícil não se apaixonar por ela. Mas, sei lá, há algo no olhar dela, nos gestos, é difícil precisar, que mexe com a gente. É preciso dizer - simpática ela não é. Mas alguma coisa na distância com que ela trata a gente nos faz querer penetrar aquele escudo. É um desafio interessante entrevistar alguém nesse contexto. Mas ainda bem que não é sempre que acontece.

2 comentários:

Anônimo disse...

parabéns pela persistência e por ter conseguido a entrevista. é a vantagem de se chegar onde chegou e ser reconhecida pelo público. beijos, pedrita

Mauricio Poletti disse...
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