domingo, 22 de abril de 2007
não deu
Daqui a algumas horas estréia em Manaus "O Navio Fantasma", de Wagner, a primeira produção deste ano do Festival Amazonas. Eu havia prometido a vocês estar lá e falar da produção. Mas um pequeno problema ontem na estrada, a caminho do aeroporto, mudou meus planos - e eu não consegui viajar. Senti muito não poder estar em Manaus para a estréia, mas vou tentar pegar alguma outra récita. Enquanto isso, fica o pedido para quem está por lá - manifestem-se!
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7 comentários:
Que zebra! Fiquei aqui, para assistir à estréia da "Fille du Régiment", enquanto o João ia a Manaus para ver o "Navio". Esse acidente no caminho do aeroporto não estava previsto no roteiro. Reforço o pedido do João: quem estiver assistindo a essa estréia, nos conte como foi.
OI gente. Monique Cardoso, do JB, me disse que foi uma loucura. Reproduzo aqui a matéria dela que saiu hoje, segunda, no Caderno B. João, você está bem? Beijos.
23 de abril de 2007
O desfile do 'Navio fantasma'
Monique Cardoso
Manaus. Tem tudo para entrar na lista de mitos e lendas da Amazônia a passagem do diretor alemão Christoph Schlingensieff pelo 11º Festival Amazonas de Ópera, que começou na sexta-feira e, este ano, apresenta 17 produções até 26 de maio. Famoso em seu país, o provocador Schlingensieff virou celebridade em Manaus, onde está desde o carnaval, ao unir, numa única apresentação, um concerto da Amazonas Filarmônica - regida pelo maestro Luiz Fernando Malheiro e tocando árias de Navio fantasma, de Richard Wagner - a um desfile formado por componentes de três escolas de samba locais. Teve o aval dos mais de 20 mil espectadores.
A apresentação completa de Navio fantasma, que estreou ontem, era a mais aguardada atração do festival. O drama lírico, que terá mais uma récita na quinta-feira, ganhou modernidade e muitas referências brasileiras. É a segunda ópera do diretor, que assinou uma polêmica versão de Parsifal, no templo wagneriano de Bayreuth, em 2004. Malheiro, também diretor artístico do festival, não vê nenhum pecado na mistura feita pelo alemão:
- Quando você oferece algo inteligente, bem feito, o público aprova.
Na sexta-feira, telões foram distribuídos por toda área do Largo de São Sebastião, no centro histórico e cultural de Manaus. Os solistas cantavam de palcos montados em diversos pontos e das sacadas do centenário Teatro Amazonas. Coros e orquestra encheram a praça de música. Ao final, o povo acompanhou a bateria e o cortejo.
- Tive que derrubar mitos como "ópera é cafona", "ópera é chata". O estigma atual é "ópera é elitista" e estamos provando que não é. São os gestores que dificultam o acesso. O brasileiro é sensível às artes, falta informação - critica o maestro.
Ao colocar seu bloco na rua, o diretor alemão teve direito até a passistas. Os modestos carros alegóricos e as fantasias foram confeccionados por estudantes de artes.
No final do desfile, Schlingensieff arrebanhou um grupo de poucos eleitos, a maioria alemãs e seguiu para o porto. De lá, um barco levou, além da comitiva, totens com cabeças de boi usados no desfile até comunidade Paricatuba, à beira do Rio Negro, uma viagem fluvial que dura duas horas. As peças foram deixadas, numa espécie de ritual fartamente documentado pelos gringos, nas ruínas de um antigo leprosário tomadas pela floresta. Além do Navio fantasma, o festival - pontapé inicial de uma série de atividades do calendário cultural manauara - apresenta, na quarta-feira, concerto da Amazonas Filarmônica com os cantores Luciana Bueno e Sergio Weintraub, entre outros. Constam da programação apresentações da Orquestra Petrobrás Sinfônica com o pianista Nelson Freire e as óperas Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk, de Shostakovich, e Poranduba, obra inédita do brasileiro Edmundo Villani-Côrtes.
O secretário estadual de cultura, Robério Braga, que investe anualmente R$ 4 milhões no festival, é um entusiasta da ópera:
- É a mais completa das artes e foi responsável pela manutenção dos corpos artísticos estáveis do Teatro Amazonas. Importávamos tudo, hoje toda produção de cenários, figurinos e até os artistas são locais. Além disso, a ópera na floresta desperta uma grande curiosidade mundo afora, e facilita a promoção internacional do Estado.
A repórter viajou a convite do festival
O único problema da matéria da Monique Cardoso, Lu, é que ela não descreve como foi a montagem do "Navio Fantasma", o que está despertando mais curiosidade por aqui. Beijos. Lauro.
Não é bem uma descrição do espetáculo, mas este pequeno parágrafo - para quem conhece a ópera - pode dar uma deixa do que foi a estréia do Fliegende Hollander em Manaus; capturei o texto em uma comunidade do Orkut dedicada a Wagner:
"eu fui a estreia do Navio Fantasma e confesso que ainda estou absorvendo tudo o que foi mostrado, as alegorias, as cenas, os filmes projetados, as criancas, o casal de idosos, a ananzinha, sinto que se a comunicacao falhou pois eu nao sabia o que ele queria transmistir e entao nao sabia se me prendia em ouvir a orquestra regida magnificamente pelo Maestro Malheiro, ouvir os cantores, ou tentar entrar na "onda" do diretor cenico, o qual foi vaiado no final, qdo apareceu no palco.
mas uma coisa eh certa: a noite foi da soprano EIKO !!!!!!!!!! Bravissima "
Esta deve ser, Renato, uma daquelas montagens em que a gente fica se esforçando para ouvir a musica apesar de...
Estou curioso para ler a matéria publicada na "Folha" pelo Irineu, que esteve lá.
que bom que está tudo bem com vc. hj saiu a crítica do irineu na folha. beijos, pedrita
Fiquem atentos ao próximo número da revista "Concerto": nele será publicada uma crítica muito boa do Nelson Kunze a esse "Navio Fantasma". Ele assistiu à estréia e faz reflexões muito pertinentes a respeito do espetáculo.
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