domingo, 18 de março de 2007
morre o tenor ernst haefliger
Morreu no sábado em Davos, na Suíça, o tenor Ernst Haefliger. Conhecido por seu trabalho como recitalista e pela interpretação em óperas de Mozart, em especial "A Flauta Mágica", ele estava com 87 anos e foi vítima de uma parada cardíaca. Principal tenor lírico da Deutsche Opera de Berlim entre 1952 e 1972, posto que passou a ocupar depois de temporadas no elenco da Ópera de Munique, Haefliger era também presença constante nos principais festivais do mundo, como os de Glyndebourne, Lucerna e Salzburgo. Gravou para os principais selos obras de um leque amplo de compositores, de Bach e Beethoven a Janácek e Mahler. Para mais informações, clique aqui.
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3 comentários:
muitas das óperas de Mozart, das cantatas de Bach, das missas de Haydn eu conheci por meio das elegantes interpretações de Haefliger. Dele e da soprano - também suíça - Maria Stader presente em muitas de suas gravações. Ambos fizeram um casal musical frequente no repertório austro-alemão e foram, na DGG, aquilo que Tebaldi & Del Monaco, Callas & Di Stefano. Simoneau & Alarie fizeram em outros selos nas décadas de cinquenta e sessenta.
Häfliger era um cantor extremamente eclético em termos de repertório. Lembro-me do Florestan que ele gravou com Ferenc Fricsay. E a sua versão do "Diário do Desaparecido", de Janácek, e a sua participação na "Missa Glagolítica" regida por Kubelík são respeitáveis. O que pouca gente sabe é que, em determinada fase de sua vida, Häfliger morou no Japão e colaborou de forma definitiva para a difusão do lieder entre os japoneses. Por coincidência, dias atrás -- sem ter a menor idéia de que estávamos tão perto de sua partida -- estive conversando a esse respeito com o nosso amigo Isaac Abramento, e ele me contou que existe um disco em que Häfliger interpreta canções do repertório tradicional japonês. Isso dá realmente a dimensão da diversidade de sua atuação.
A gente atira no que vê e acerta o que não vê. Fui ao YouTube procurar o Häfliger. Encontrei apenas um depoimento dele, já idoso, a respeito de Karl Richter. Mas encontrei duas preciosidades:
-- Ferenc Fricsay ensaiando um trecho do "Háry János", de Zoltán Kodály;
-- e um "Don Giovanni" regido pelo Fricsay, na abertura da Deutsche Oper de Berlim, em que o Don é Fischer-Dieskau, e Leporello é Walter Berry!
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