quarta-feira, 14 de março de 2007
novidades em dvd
Do Lauro: Há novidades muito interessantes aparecendo em DVD. Da série de gravações históricas da Arthaus, feitas na Ópera de Hamburgo na década de 60, saiu o magnífico "Wozzeck" regido por Bruno Maderna, em que Sena Jurinac faz uma Marie comovente; e o "Fidélio" de Leopold Ludwig, tendo no elenco Anja Silja, Richard Cassilly e Lucia Popp. Ambos são de 1968 e a direção é de Rudolf Liebermann que, depois de Hamburgo, fez uma revolução na Ópera de Paris. Um documento excepcional é a estréia, em Hamburgo, dos "Demônios de Loudun", de Krzysztof Penderecki, em 20 de junho de 1969, regida por Marek Janowski. É a ocasião para rever a grande Tatiana Troyanos criando o árduo papel de Madre Joana dos Anjos. O exorcista padre Urbain Grandier é feito por um ótimo cantor polonês, Andrzej Hiolski. É, finalmente, a documentação em imagens de um registro que a Philips só lançou em Lps em 1972. Eu, pessoalmente, acho desanimadoramente sem graça – embora com várias qualidades vocais evidentes – a visão que Carlo Maria Giulini (um regente extraordinário) tinha do "Falstaff", de Verdi, que ele regeu no Covent Garden em 1983. Essa montagem, com Renato Bruson, Katia Ricciarelli, Leo Nucci, Barbara Hendricks, Lucia Valentini-Terrani, existia em vídeo; agora, o selo Kultur a lança em DVD. Para os puccinianos de carteirinha, também da Kultur e do Covent Garden, é a "Manon Lescaut" de 1997. Confesso que não conheço a soprano Adina Nitescu e o tenor Patrick Denniston, mas a regência promete: é de John Eliot Gardiner. E para quem reza pela cartilha rossiniana, o dever de casa para "L’Italiana in Algeri" – que será cantada aqui, este ano – pode ser feito com a montagem de Paris em 1996. A direção é do russo Andrêi Serbán e o elenco é da pesada: Jennifer Larmore, Bruce Ford, Simone Alaimo, Alessandro Corbelli; o regente é Bruno Campanella (TDK). E para quem se interessa pelos caminhos da ópera contemporânea, o selo Naive traz a estréia de mais uma das inúmeras incursões da ópera pelo universo de Goethe. "Faustus, a Última Noite", foi escrita por Pascal Dusapin (que, em seu catálogo, tem uma "Medeamaterial" baseada na peça de Heiner Muller). Essa sua última ópera foi dirigida, na Ópera de Lyon – conhecida pela ousadia de suas produções – por Peter Mussbach, sob a regência de Jonathan Stockhammer. E agora, last but not the least, um documento que há de mexer com a alma dos mahlerianos de plantão (e o dono deste blog é um dos mais assumidos): a "Sinfonia nº 2, Ressurreição", da EuroArts, que Pierre Boulez regeu em 2005 com a Filarmônica de Berlim, tendo como solistas Diana Damrau e a excelente Petra Lang. Tem para todos os gostos!
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6 comentários:
Talvez o dever de casa da Italiana in Algeri - por esquecimento do Lauro - deva ser feito pela gravação do MET, com a Marilyn Horne, montagem do Ponelle, que a DGG lança agora em março nos EUA. É uma montgem brilhante, das mais brilhantes do Ponelle, feita na década de setenta no Scala ( com a Tereza Berganza) e remontada no MET.
e da série da Arthaus, ópera de Hamburgo, lembrar de um excepcional Freischutz - Arlene Saunders, Edith Mathis, Erich Kozub e Gottlob Frick nos papéis principais - e de um impecável Zar und Zimmerman com a Lucia Popp, o Hans Sotin e um barítono norte-americano Raimond Wolanski, pouco conhecido, que faz o Peter Michailovich à perfeição.
Eu não sabia, Renato, que já tinha saído em DVD essa "Italiana" do Met que, realmente, é uma das melhores encenações do Ponnelle -- se isso não é pleonasmo. Eu a tenho numa daquelas indescritíveis fitas de vídeo dos tempos da pirataria florescente. Quanto ao "Freischütz" e ao "Zar und Zimmermann" de Hamburgo, eles têm, para mim (para nós, na realidade), um grande valor sentimental, pois foram os primeiros filmes de ópera a que assisti, no iniciozinho da década de 70, quando ainda morava aí em Belo Horizonte. O Wolanski -- como o William Workman da "Flauta" -- era um dos bons cantores americanos que trabalhavam em Hamburgo, naquela época, e de que temos muito pouca notícia. E você deve se lembrar que o embaixador francês, no "Tsar e Carpinteiro", era nada menos do que Nicolai Gedda!
Pois é - a nossa memória está falhando, meu velho; o Gedda faz o embaixador francês na gravação da EMI, regida pelo Robert Heger; auqela com o Prey, a Koth, o Frick e o Schreier.
Também pensava assim; comprei o DVD e fui direto na ária " Lebe wohl, mein fland'risch Mädchen". O embaixador francês é um belo anônimo , Herbert Fliether, que não me diz absolutamente nada, mas é um bom ator e um excelente tenor.
Meu Deus, estou ficando que nem o computador português, que não tem memória, apenas uma vaga lembrança. É mesmo: o Gedda canta na gravação -- muito boa -- do Heger. Estou precisando rever esse "Zar und Zimmermann" de Hamburgo. Lortzing, aliás, é um autor que merecia receber, das gravadoras de DVD, um tratamento melhor.
E por falar nisso, Renato, eu vi, num anúncio da revista Opera inglesa, de fevereiro, que o Wolanski e o Workman -- os dois americanos de quem estávamos falando -- cantam num DVD de "Help, Help, the Globolinks", a ópera infantil de Giancarlo Menotti, de que participam também a Mathis e a Saunders. Eu nem fazia idéia de que essa ópera tinha sido apresentada em Hamburgo.
Pois é; vão sair da caverna de Ali Babá Hartmann da Ópera de Hamburgo os 15 Dvds dos vídeos produzidos por ele. Esse "Help, Help The Globolinks" já saiu e já está disponível aqui no Brasil. É cantado em alemão (apenas um detalhe) eme tenta diariamente. Porém, não sei se o custo benefício vale a pena....
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