sexta-feira, 2 de março de 2007

passos para conhecer villa-lobos

É o ano das efemérides. A primeira delas foi o centenário de Camargo Guarnieri; em seguida, o aniversário de 80 anos de Osvaldo Lacerda; e, agora em março, no dia 5, os 120 anos de Villa-Lobos. A revista “Concerto” traz em sua edição de março textos sobre Villa, assinados pelos maestros Gil Jardim e Julio Medaglia, e uma entrevista com Lacerda. Ele fala à repórter Camila Frésca sobre sua trajetória e, em determinado momento, atira, explicando a função do Centro de Música Brasileira, criado nos anos 80. “É convencer os intérpretes de que a música brasileira é boa e não é só Villa-Lobos”, diz. Volto para o texto de Gil Jardim. “Como compreender a contradição entre a popularidade do nome de Villa-Lobos no Brasil e tão profundo desconhecimento de sua produção musical?”, pergunta o maestro. Não há incongruência nas duas declarações. Villa-Lobos é sim o nosso compositor mais interpretado - mas o que ouvimos de sua obra ainda só arranha a superfície de um universo musical muito mais amplo. Tento, com outra pergunta, uma resposta ao maestro: na época do domínio midiático, quando quem faz vale mais do que o que é feito, será que o personagem Villa-Lobos tornou-se maior que sua música, servindo a uma ideologia superficial de nacionalismo, alardeada vez ou outra por personalidades das mais distintas, sem que a gente tenha noção mais precisa de sua importância? Enfim, conjecturas – e o texto de Jardim nem tem como objetivo responder a esta questão. Prefere, antes, discutir um dos elementos de sua trajetória, a luta pela educação musical. Villa nos falou do ensino da música, lembra Jardim, como ferramenta da educação em busca de discernimento e construção do cidadão. E não é preciso ir muito longe para entender que é só em um contexto como esse que deixaremos de ser tão relapsos com nossos artistas, com nossa cultura. Efemérides bem que poderiam servir para que essas discussões ganhassem nova força. Enfim, fica a dica de leitura da "Concerto" que, como de costume, traz também toda a programação de concertos da cidade. E, a propósito, procurando outra coisa na internet dei de cara com um texto, assinado pelo jornalista Irineu Franco Perpétuo, com 15 passos para conhecer a obra de Villa - para ler, clique aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu adoro villa lobos e inúmeros compositores brasileiros. gosto do trabalho do abel rocha com a música contemporânea. um dos regentes que atualmente mais reproduz obras brasileiras, inéditas ou não. beijos, pedrita

P.Q.P.Bach disse...

Leitor deste blog há algum tempo, gostaria de convidá-lo para conhecer-me aqui: http://pqpbach.blogspot.com/

Atenciosamente,

P.Q.P. Bach.