sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
relações perigosas
Crítico do “Los Angeles Times”, Mark Swed escreveu um artigo interessante sobre a relação entre maestros e orquestras. Ele começa mostrando como nos últimos 50 anos esta relação passou por uma mudança estrutural, partindo dos maestros tiranos em direção a um poder cada vez maior por parte dos músicos. Maior poder, no entanto, pode levar à sua má utilização, escreve Swed, que passa a tratar de alguns episódios recentes de conflito entre orquestras e maestros dentro dos EUA, como a recusa dos músicos de Baltimore em aceitar uma mulher, Marin Alsop, como regente principal, ou as polêmicas que tem levado a parceria da Sinfônica de Seattle com Gerard Schwarz a um triste fim. Mas tudo isso é só um prelúdio para que Swed ataque o tema que mais lhe interessa: a briga entre a Orquestra de Filadélfia e o maestro Cristoph Eschenbach. A decisão, por parte de Eschenbach, de não renovar seu contrato, que termina no ano que vem, é tema também de artigo da edição de fevereiro da Grammophone. A questão é simples – e é nesta simplicidade que está toda a sua complicação: de um lado, um bom maestro; de outro, uma boa orquestra; tinha tudo para dar certo, mas não deu. Swed está do lado de Eschenbach. E, além de defender a “nova vida” que ele deu à orquestra, critica apaixonadamente o modo como o fim da parceria está se dando: parece que até um livro de ficção foi lançado, tendo como personagem principal um diretor da Orquestra de Filadélfia (cuja descrição bate exatamente com a de Eschenbach), que se envolve sexualmente com uma menina de 12 anos. Há sempre várias versões possíveis para uma mesma história, mas vale a leitura do artigo, é só clicar aqui.
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