quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
rostropovich é hospitalizado
O violoncelista e maestro Mstislav Rostropovich está internado desde ontem em um hospital de Moscou. Segundo sua assessora de imprensa, Natalia Dollezhal, seu estado é bom. “Ele não passou muito bem e achamos melhor que fosse internado para exames”, disse ela à agência Associated Press. Ontem, porém, Ronald Wilford, diretor da Columbia Artist Management, que representa Rostropovich há 35 anos, havia dado uma declaração na qual afirmava que a sua “situação não parecia nada boa” – e a má impressão sobre a gravidade da doença (não divulgada) de Rostropovich só foi reforçada pela visita que ele recebeu do presidente russo Vladimir Putin. Segundo Dollezhal, no entanto, o músico deve deixar o hospital em breve e continuar com os preparativos para o concerto que vai marcar seu 80º aniversário, em março. Ela disse ainda que Rostropovich estava internado desde a semana passada em um hospital de Paris mas que, na segunda, resolveu viajar para Moscou.
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2 comentários:
daqueles personalidades que nunca achamos que ficam doentes ou mais velhas. espero que se recupere logo. beijos, pedrita
Espero que ainda não seja desta vez que ele vá embora; mas Mstisláv Rostropóvitch é um cara que vai fazer falta: violoncelista, pianista, regente -- ele é um músico completo. E uma figura emblemática para a história da música soviética. Ao lado de sua mulher, a soprano Galina Vishniévskaia, ele nunca teve medo de enfrentar as autoridades soviéticas. Que outros artistas tiveram a coragem de desafiar o governo Bréjnev, acolhendo em casa o escritor Aleksandr Soljenýtsin, quando este foi expulso da União dos Escritores por ter escrito "O Arquipélago Gúlag", e viu-se virtualmente convertido em uma "não-pessoa"? A amizade de Slava por Prokófiev, Shostakóvitch, Shnittke não se desmentiu em momento algum. A imagem que me vem, neste momento, é a de Slava trabalhando de graça, humildemente, como "subbótnik" (operário de sábado), para custear o tratamento de Shostakóvitch na clínica do Dr. Gavríil Ilizárov, em Kurgán, nos Urais. A lealdade desse homem em relação a seus amigos não teve limites -- e isso é muito mais do que se pode dizer de muitos dos artistas soviéticos, que viraram as costas a ele, e a Galina, quando ambos caíram em desgraça. O casal foi expulso da URSS, teve sua cidadania cassada e, quando veio pela primeira vez ao Brasil, na década de 70, eles viajavam como apátridas, com um passaporte especial que lhes tinha sido fornecido pela Casa Grimaldi, a família real de Mônaco. Mas também o talento de Rostropóvitch como músico e o seu bom-caráter foram recompensados: a que outro instrumentista foram dedicadas tantas obras extraordinárias, não só de autores russos, mas de compositores internacionais, como Britten ou Dutilleux?
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