quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

morre a cravista maria lúcia nogueira

Do Estadão de hoje: Morreu na terça-feira aos 58 anos a pianista e cravista Maria Lúcia do Amaral Nogueira, uma das mais importantes responsáveis pela divulgação do cravo e seu repertório no País. Nascida em Santos, Maria Lúcia começou a estudar piano aos 5 anos. Foi aluna de Dinorah de Carvalho e, após optar pelo cravo, estudou com Helena Jank, no Brasil, e com Hughette Dreyfus, na França. Após a conclusão do curso no Conservatório de Paris, apresentou-se em diversas salas de concerto européias e, de volta ao Brasil, elegeu como bandeiras a pesquisa e a divulgação do repertório barroco. Trabalhou ao lado de conjuntos e artistas como o flautista Ricardo Kanji e a Camerata Fukuda e, além dos cursos que oferecia, promoveu masterclasses de Hughette Dreyfus em São Paulo, Rio e Minas Gerais.Além da lembrança de recitais elogiados e da geração de cravistas que ajudou a formar, Maria Lúcia deixa como legado algumas gravações importantes. Nos anos 90, lançou pelo selo Paulus um álbum em que interpretava as "Sinfonias" e "Invenções" de Johann Sebastian Bach; do mesmo compositor, e pelo selo Eldorado, registrou três volumes duplos com as "Partitas". “Em suas mãos, os ritmos perdem qualquer conotação mecânica para ganhar uma dimensão verdadeiramente orgânica. E a polifonia harmônica das peças é valorizada como cor ordenada em construção. Tudo soa vital e expressivo. Suas leituras são uma autêntica raridade”, escreveu em maio de 1997 no "Jornal da Tarde" o crítico J. Jota de Moares a respeito do álbum com as "Sinfonias" e "Invenções". Após o velório, realizado no Hospital Albert Einstein, o corpo da artista foi cremado.

2 comentários:

Horace disse...

Awesome!

Anônimo disse...

Só conheço os 3 CDs (não duplos) das 06 Partitas e são maravilhosos. Mesmo num cravo, há muita expressividade tanto em dinâmica quanto em variações (bem dosadas) de tempo, a exemplo de bons maestros. Coisa finíssima.